Nersant é governada à distância por Domingos Chambel que não ouve as críticas
Empresários da região temem pelo futuro da Nersant que já foi uma das melhores associações empresariais do país. Domingos Chambel afundou a associação numa crise que vai dos recursos humanos à falta de iniciativa e capacidade de liderança.
Domingos Chambel já leva dois anos e meio de mandato na Nersant e ainda não fez nada que não fosse prometer que vai fazer despedimentos e vender algumas das posições que a Nersant tem em empresas da qual é participada. Na última assembleia geral, realizada em junho deste ano, Domingos Chambel deixou isso bem claro, embora tenha admitido que não se muda de gestão e de paradigma de um dia para o outro, e que precisa de tempo para concretizar as mudanças ( notícia de O MIRANTE de 3 de junho de 2022)
“A verdade é que Domingos Chambel tem feito um mandato governando à distância, e projectos é coisa que não existem por culpa da crise, mas também do desinteresse e do desconhecimento do seu papel como líder”, disse a O MIRANTE um dos empresários que está com ele no conselho geral da associação, mas que reconhece que o actual presidente não tem perfil para líder associativo. “As guerras que ele está a comprar não influenciam a minha opinião; só quero saber de trabalho associativo e dos projectos para tirar a Nersant do buraco, e isso ele não está a fazer nem a dar indicações que tem perfil para liderar uma associação de empresários”, afirma, e pede provas do trabalho realizado nos últimos dois anos e meio pela direcção, comandada pelo empresário de Abrantes, dizendo no entanto estar convencido que está “a falar para o boneco porque Chambel não sabe ouvir, só sabe falar”.
A falta de comparência na associação de Domingos Chambel, e a sua ameaça de que a Nersant tem trabalhadores a mais, tem criado um ambiente de tensão entre funcionários, já que nesta altura do campeonato, em que a crise salta à vista, todos se sentem dispensáveis. Recorde-se que a Nersant tem 29 funcionários, distribuídos por vários sectores, e que uma parte significativa só tem trabalho se a associação estiver a funcionar em pleno, o que não é o caso desde que Domingos Chambel tomou posse. “Há pelo menos dois anos e meio que Chambel tem razão ao querer avançar para despedimentos. O problema é quando a Nersant voltar a ter uma actividade normal, como se espera; depois terá que voltar a contratar e nessa altura terá que dar formação quando de verdade o actual quadro de pessoal é o indicado, é o mais bem preparado”, diz outra fonte que O MIRANTE ouviu e que também já fez parte dos órgãos sociais.
"Quem quiser avaliar o trabalho de Domingos Chambel procure informação sobre o seu relacionamento com o director executivo da Nersant, António Campos, assim como com a forma como ele o afrontou logo que tomou posse", acrescenta.
Presidente do Sindicato dos Jornalistas diz que a atitude de impedir dois jornalistas de O MIRANTE de assistirem a uma conferência de imprensa sobre uma notícia do jornal, que dava conta de dificuldades financeiras da associação, é preocupante e inaceitável. Luís Filipe Simões considera que quando se tem uma posição destas é porque se tem receio do que se pode perguntar.
O presidente da direcção da Associação Empresarial da Região de Santarém – Nersant convocou uma conferência de imprensa para desvalorizar a notícia que O MIRANTE publicou sobre os problemas financeiros da instituição, mas acabou por confirmar que existem problemas de tesouraria. Domingos Chambel impediu os jornalistas de O MIRANTE de assistirem à sessão dizendo que a direcção da associação tinha momentos antes decidido cortar relações com o jornal.