Edição de 2002.11.21
Esta vida de jornalista

Jornalismo com rosto
“O direito a informar, o acesso às fontes de informação controladas pela administração pública, a igualdade de tratamento dos órgãos de informação, estão consagrados em lei, mas em Salvaterra de Magos quem dita as leis é a presidente da câmara, eleita pelo Bloco de Esquerda, um partido que ainda há pouco tempo se indignou quando os tribunais queriam obrigar um jornalista do semanário Expresso, a revelar as suas fontes. Se calhar há leis neste país que só se aplicam a determinados jornais e jornalistas".
Esta vida de jornalista | 20-11-2002


Quem quer ser jornalista?
“ Deixam-se de lado os apontamentos de literatura, o volumoso livro de economia e aprende-se a “fazer” e a “ser”. A tarimba é a melhor escola. Sai-se para a rua em busca de uma reportagem. Abordam-se pessoas, ultrapassam-se medos e dificuldades. Às vezes ouvem-se recusas, outras encontram-se pessoas afáveis – felizmente a segunda situação é a mais frequente.”
Esta vida de jornalista | 20-11-2002


Ser tratado como um cão danado
Quantas vezes já foram os jornalistas desta casa, e outros, impedidos de aceder a locais de manifesto interesse jornalístico, os tais locais públicos a que têm o direito de aceder e mais - ter a “respectiva protecção”, como define o Artigo 22, acima citado? E a falta de liberdade de acesso às fontes de informação, estabelecida no mesmo texto? Quantas vezes já foi negada?
Esta vida de jornalista | 20-11-2002


Entre a satisfação e o desânimo
“Os novos censores estão na organização super burocrática dos tribunais. Nas câmaras que só muito lentamente vão despertando para a necessidade de comunicar com os munícipes. Em qualquer serviço público. Num funcionário que só sabe dificultar. Num porteiro que por ter a função de controlar a entrada das pessoas num recinto público se sente o homem mais poderoso do mundo. Tão poderoso que dita as suas próprias leis e as executa a cada momento de acordo com os humores.”
Esta vida de jornalista | 20-11-2002


Jornalismo todo o terreno
“Ao contrário do que acontece na imprensa sediada em Lisboa ou no Porto, nos jornais regionais (pelo menos em alguns) as redacções funcionam de fora para dentro. E O MIRANTE é um excelente exemplo de jornalismo feito no terreno. Quantas vezes as cadeiras estão vazias e os computadores desligados porque os jornalistas estão em reportagem, algures no distrito de Santarém.”
Esta vida de jornalista | 20-11-2002


Parabéns aos leitores
“É por isso que para os jornalistas as fontes devem ser sagradas. São, digamos assim, as produtoras da matéria-prima com que se faz a notícia. Sem elas nada feito. E num país onde a leitura é um hábito de minorias e numa sociedade onde a indiferença e o conformismo campeiam, ter todas as semanas cartas e telefonemas de leitores a dar conta das mais diversas situações não deixa de ser gratificante. Nem que seja - e não é só por isso - pelo reconhecimento do nosso trabalho e pela esperança depositada de que as mensagens passadas para uma redacção de jornal possam gerar resultados positivos no futuro imediato.”
Esta vida de jornalista | 20-11-2002


Não tenho perdão
“Confesso que ao entrar para este parágrafo me vieram as lágrimas aos olhos. Se for expulso da profissão não vou reclamar. Mereço. Um jornalista não se pode emocionar para não perder a objectividade. E eu emocionei-me. Emocionei-me agora e emocionei-me quando o homem que gritava me confessou o seu medo.”
Esta vida de jornalista | 20-11-2002
