Administrador de O MIRANTE desafia Nersant a ajudar empresários a conhecerem-se melhor uns aos outros
Joaquim António Emídio criticou o facto de os políticos em Portugal continuarem a incentivar a mediocridade
Durante a sua intervenção na cerimónia da entrega dos prémios Galardão Empresa do Ano, Joaquim António Emídio, proprietário e administrador de O MIRANTE desde a sua fundação, elogiou o trabalho da Associação Empresarial da Região de Santarém, Nersant, parceira da iniciativa e incentivou-a a promover formas de os empresários da região se conhecerem melhor uns aos outros.
“Prezo muito as iniciativas da Nersant, como é fácil adivinhar, e como é evidente sei que os seminários são ferramentas de trabalho muito importantes. Mas há uma iniciativa que defendo há muitos anos, e que ainda não foi levada em conta, que é ver a associação empresarial proporcionar aos empresários e aos associados a oportunidade de se conhecerem melhor. De trocarem experiências, memórias e afectos. De nos ouvirmos uns aos outros para além dos seminários e encontros de trabalho e dos discursos chatos, de presidentes, vice presidentes e secretários de secretários de secretários”, explicou.
Dando exemplo da sua experiência como empresário, criticou o facto de em Portugal se continuar a apoiar a mediocridade e a meter o mau e o bom no mesmo saco. “Uma das razões que ainda me faz trabalhar a grande velocidade é a minha, a nossa capacidade de indignação. Não aceito que os nossos dirigentes políticos e empresariais e outros tratem tudo e todos pela mesma bitola. (...) Não aceito que gente que se diz progressista apoie e incentive a mediocridade de certos políticos, irmãos de partido, de certos empresários filhos de pais ricos, de certos estafermos, incluindo alguns jornalistas, que nunca foram à tropa da vida, nem querem ir porque a vida lhes corre muito bem, sempre montados num esquema de jeitinhos ora hoje com o António ora amanhã com o José”.
Joaquim António Emídio defendeu ainda que os empresários podem e devem ser boas pessoas mas que não podem ser apenas boas pessoas porque isso pode trazer-lhes graves problemas. “Os meus melhores amigos não são grandes empresários mas os meus melhores amigos gostavam de ser grandes empresários. Os bons empresários podem ser boas pessoas mas não podem ser só boas pessoas como são alguns dos meus melhores amigos. Se vos confundi explico melhor e com menos palavras. Os empresários não podem ser só bons samaritanos. Não podem gerir as suas empresas, nestes tempos em que vivemos, acreditando em Nossa Senhora de Fátima para resolverem os seus problemas. Hoje em dia, em certas organizações empresariais, dois ou três trabalhadores descontentes podem minar os alicerces de uma vida de trabalho. Estou bem acompanhado na minha empresa mas conheço situações dramáticas de empresários que confiaram cegamente nos seus colaboradores mais próximos, ou nos seus fornecedores mais importantes, e hoje ou estão falidos ou escondem-se em casa com vergonha.”, declarou.