Quando era pequena sonhava ser médica mas acabou por formar-se em gestão com médias de 20 a matemática. Ainda deu aulas mas cedo se virou para a banca privada, onde também trabalha e concilia a tarefa com a gerência da oficina IC Car em Samora Correia.

O segredo para um negócio florescer é tomar decisões no momento certo, ponderá-las e saber estar rodeado de excelentes profissionais. A opinião é de Ana Bárbara Martins, sócia-gerente da IC Car de Samora Correia, concelho de Benavente, oficina de manutenção e reparação de automóveis.
Nunca parar de investir na modernização do negócio é também importante mas a empresária elege os recursos humanos como um dos pilares base para o sucesso da empresa junto dos clientes. “Temos de saber estar rodeados de bons profissionais”, explica Ana que, aos 40 anos, consegue conciliar dois empregos e ter tempo para o marido e as duas filhas.
“Exige um bocadinho de esforço mas foi um projecto que abraçámos na altura e agora queremos por tudo que ele floresça e cresça. O meu marido [Bento Pereira] já era cá mecânico e quando os anteriores donos nos propuseram ficarmos com o negócio arriscámos e não estamos arrependidos”, explica a O MIRANTE.
Quando era pequena Ana Martins sonhava ser médica mas acabou por formar-se em gestão. Natural de Lisboa, era aluna que tinha médias de 20 a matemática e chegou a dar aulas de matemática e cálculo financeiro numa escola cabo-verdiana em Lisboa, até ser convidada para integrar o banco BPI, onde hoje é gestora. Só mais tarde abraçou a aventura de ser dona, em conjunto com o marido, da oficina de Samora Correia.
Um típico dia na vida de trabalho de Ana Martins começa cedo, deixando as filhas na escola e entrando no banco às 8h30. Quando sai, por volta das 18h00, apanha as filhas e ainda passa na oficina para tratar de alguma papelada.
“Uma mulher tem outra sensibilidade para os negócios que os homens não têm. Sobretudo ao nível financeiro. As mulheres são mais ponderadas, menos impulsivas que os homens, mas para mim é esse contrabalançar das duas partes que dá este bom resultado”, explica.
Por dia trabalha entre 10 a 12 horas e só descansa aos sábados à tarde e aos domingos. O que considera mais aliciante no seu trabalho é o desafio que representa, porque nada é igual dia após dia. “Adoro estudar as rentabilidades de cada trabalho e lutar para que o negócio continue”, conclui.
No início a facturação da IC Car rondava os 250 mil euros, hoje já ultrapassa o meio milhão. Um caso de sucesso que Ana Martins resume a uma só palavra: trabalho. A IC Car é uma empresa de manutenção e reparação de automóveis, repara chapa, pintura e vidros, compra e vende viaturas, tem máquinas de diagnóstico para detectar problemas nos sistemas electrónicos dos automóveis e também faz carregamento de ar condicionado em todas as marcas de automóveis. É uma empresária que não gosta do facilitismo e de fazer serviços sem facturas nem recibo. “Aqui é tudo certinho e como manda a lei. Apostamos muito na nossa imagem e no compromisso da verdade”, assegura.
Para a empresária, a honestidade para com o cliente está “acima de tudo” e gosta de pagar bem aos funcionários para ter a melhor qualidade possível. “Gostamos que os carros saiam e não voltem novamente com esses problemas ou outros derivados. Ganhar dinheiro à conta de coisas mal reparadas não deve ser o segredo do negócio”, explica.
A captação de grandes clientes é uma das apostas da empresária e actualmente a IC Car é a oficina que trata de toda a frota de empresas como a Elis, Chronopost ou Vendap. O treinador do Benfica, Rui Vitória, de Alverca, é também um dos clientes da casa. “Sou amiga de infância da esposa e sempre vieram aqui, tanto ele como ela, sempre que precisam de alguma coisa”, revela.