A proposta apresentada pelo vereador Rui Serrano (PS) para encontrar uma solução para o Parque de Campismo de Tomar originou criticas por parte dos seus camaradas de partido que compõem o executivo municipal. Rui Serrano propôs que se promova “de imediato” junto da CCDRLVT (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo) a suspensão do Plano de Pormenor (PP) da zona de modo a viabilizar a legalização do parque de campismo, enquadrando os investimentos privados já apresentados à Câmara de Tomar.
Esta proposta originou as críticas da coligação PS/CDU, de que Rui Serrano fez parte até há cerca de dois meses, antes de renunciar aos pelouros por não se rever nas práticas do executivo liderado por Anabela Freitas. O actual vice-presidente, Hugo Cristóvão (PS), recordou que Serrano era o responsável por este processo até há dois meses e considera “estranho” que a proposta seja feita por quem tinha competência sobre o assunto.
“Reunimos a semana passada com potenciais investidores para este local e para encontrar uma solução. Sendo certo, e como Rui Serrano sabe, que a CCDRLVT não está muito disponível para aceitar de ânimo leve a suspensão do Plano Director Municipal [PDM] e do PP. Como sabemos esta é uma competência da CCDRLVT. Estamos a trabalhar na possibilidade de vir a suspender o PDM, como já o estávamos a fazer há algum tempo. Não é nossa intenção que Tomar venha a perder aquele equipamento que é muito importante para o turismo. A câmara municipal não tem capacidade por si só de suspender o PDM”, sublinhou Cristóvão.
O vice-presidente explicou que o parque de campismo vai encerrar em Dezembro e Janeiro para obras de manutenção e que pretendem, depois disso, manter o espaço à disposição dos turistas. O vereador Bruno Graça (CDU) não escondeu a “perplexidade” com a proposta de Rui Serrano. “Quando tive conhecimento que o parque de campismo estava ilegal sugeri a Rui Serrano que se suspendesse o PDM. A sua resposta na altura foi esse seria um processo muito complicado de fazer e demorava muito tempo. E agora apresenta essa mesma proposta”, disse.
O vereador do movimento Independentes por Tomar (IpT), Pedro Marques, colocou o dedo na ferida e referiu que tudo isto surge de “questiúnculas partidárias” com a saída de Serrano da coligação PS/CDU que gere o município. “Se existem pessoas a quererem investir em Tomar porque demoram tanto tempo a resolver esta situação? Ter este processo em banho-maria é que não pode ser”, criticou. A proposta foi aprovada por unanimidade.