uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Modo como escola formata os jovens estraga a criatividade

A posição deste jovem escritor de Vila Franca de Xira, Ricardo Formigo, é uma boa imagem do que é a escola hoje e do que esta devia ser. As escolas estão cheias de professores novos, de idade, mas com conceitos, mentalidade e métodos antiquados. Não sei se o problema é “o sistema” das escolas onde leccionam, se das faculdades ondem aprendem. O certo é que parece que temos escolas modernas de instalações mas que parecem do século passado.
Num mundo global, na era das tecnologias, em que os pequenos do primeiro ciclo já mexem melhor em telemóveis que os seus pais, os professores continuam a comunicar com os pais por recadinhos escritos e colados nos cadernos e em que o único vestígio tecnológico é serem escritos em computador e impressos. Há escolas com quadros interactivos e computadores mas o meio de comunicação são as bafientas cadernetas escolares, a fazerem lembrar as escolas primárias de há 30 anos.
Os métodos, pelo que me apercebo, parece que pouco mudaram. Tal como diz Ricardo Formigo não se estimula a criatividade. E não é só no primeiro ciclo, é nos anos seguintes. Por isso é que depois aparecem no mercado de trabalho jovens licenciados, mestrados, doutorados que não sabem pensar, que não têm capacidade de raciocínio e mais: com falta de capacidade para tirarem partido das potencialidades das tecnologias, da internet, das redes sociais, como alguns que conheço que nem sabem pesquisar informações na internet.
Depois há o velho paradigma. Antes o professor era uma autoridade, era respeitado e os pais viam nele um educador. Hoje os pais fazem exigências estapafúrdias e limitam-se a discutir coisas insignificantes, como se o prato servido na cantina ao almoço deve ter cogumelos ou batatas. Enquanto os pais não tiverem uma visão de educação estamos a criar crianças ineptas. E pois, claro está, hoje os professores, também fruto da instabilidade das colocações e carreiras, têm medo dos pais e fazem tudo para lhes agradar em prejuízo de uma educação consistente.
António Neves

Mais Notícias

    A carregar...