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Camião antecipa-se e derruba parte de prédio em ruínas

Camião antecipa-se e derruba parte de prédio em ruínas

Edifício em risco está à beira da estrada mais movimentada da Ribeira de Santarém, que é um dos principais acessos a Santarém. Processo para demolição do imóvel tem-se arrastado nos últimos anos devido a entraves colocados pela Direcção Geral do Património Cultural.

Um camião derrubou parte da fachada de um prédio antigo que se encontra há vários anos em perigo de derrocada na Ribeira de Santarém. O acidente ocorreu na noite de terça-feira, 4 de Outubro, quando o camião circulava naquela via que é muito estreita para veículos de grandes dimensões circularem e derrubou parte de uma janela do primeiro andar do prédio. Não se registaram danos pessoais.
O camião teve que ser removido do local, tendo o trânsito ficado bastante congestionado e circulado alternadamente durante algum tempo. Esta é actualmente a única alternativa para chegar à cidade de Santarém para quem vem da Ponte D. Luís, desde que houve um deslizamento de terras que obrigou ao corte da Estrada Nacional 114, em Agosto de 2014. O prédio em ruínas em causa é uma preocupação para quem ali mora e para quem ali tem que passar todos os dias uma vez que é notória a falta de segurança do edifício que ameaça ruir.
Em Setembro do ano passado (ver edição O MIRANTE 16 Setembro 2015) já a Câmara de Santarém estava a trabalhar no processo administrativo que visa a demolição do prédio em causa, que se situa na estrada mais movimentada da Ribeira de Santarém. No entanto, o município não aplicou as acções preventivas no edifício recomendadas há dois anos pela Direcção Geral do Património Cultural (DGPC) visando a protecção de pessoas e bens.
Recorde-se que o chefe de Divisão de Salvaguarda do Património Arquitectónico e Arqueológico da DGPC emitiu um despacho há cerca de três anos, dirigido à Câmara de Santarém, onde desaprovou a demolição das fachadas do prédio, por considerar que “o edifício faz parte do Conjunto da Ribeira de Santarém, em vias de classificação, e de conferir à estrutura urbana em presença uma homogeneidade assinalável”.
Mas, simultaneamente, a DGPC recomendou que a autarquia, “na protecção de pessoas e bens”, devia “proceder aos necessários trabalhos de escoramento e de travamento de fachadas” até que, tecnicamente, fosse considerada irreversível a necessidade de demolição. Trabalhos que não foram executados. E na passada semana deu-se mais uma derrocada parcial, esta causada por um camião. “Basta imaginar o que poderia ali ter acontecido se fosse alguém a passar”, disse na reunião de câmara de segunda-feira o vereador Celso Braz (PS), que já anteriormente havia alertado para a necessidade de se tomarem medidas preventivas.
Contactado por O MIRANTE, o vereador Luís Farinha explicou que após o incidente ocorrido a 4 de Outubro, e face ao agravamento das condições de estabilidade do imóvel, a Câmara de Santarém procedeu à demolição de todos os elementos que evidenciavam instabilidade correspondendo à demolição parcial das fachadas, no primeiro andar do edifício. No entanto, a demolição integral do edifício, segundo explicou Luís Farinha, pressupõe a prévia autorização da DGPC. “Não está ao alcance do município determinar uma data para a demolição integral do prédio. Recordo, no entanto, que a Câmara de Santarém, já teve a empreitada para demolição do prédio contratualizada”, referiu.

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