Orquestra de Câmara estreou-se nos 20 anos do Conservatório de Alhandra
Música clássica, dança contemporânea, convidados ilustres e novidades marcaram o espectáculo que marcou o aniversário e início do ano lectivo no Conservatório Regional Silva Marques. A necessidade de novas instalações foi lembrada durante a festa.
Casa cheia na abertura do ano lectivo 2016/2017 do Conservatório Regional Silva Marques (CRSM), em Alhandra, que coincidiu também com o 20º aniversário da escola. Houve actuações de dança e do Coro Juvenil e ainda um concerto de apresentação da Orquestra de Câmara, a grande novidade para este ano. O grupo é constituído por alunos de classes avançadas do Conservatório e é o embrião da futura Orquestra Sinfónica, um projecto muito desejado pela direcção.
O Conservatório tem no seu corpo docente 30 professores - alguns deles também dão aulas no Conservatório Nacional - e cerca de 400 alunos. “É uma escola oficial”, sublinha o presidente da direcção, Jorge Zacarias. “Estudar aqui ou no Conservatório Nacional é exactamente a mesma coisa”, afirma. Em vinte anos, o CRSM organizou um Coro Juvenil, que participa em concursos e tem arrecadado prémios, e apesar dos cursos de Dança terem iniciado há apenas dois anos foi já criado o grupo Anima, composto por bailarinos de dança contemporânea, que também actuou nesse dia.
No entanto, não foram só os sucessos que se abordaram nos discursos, mas também as necessidades. “Precisamos de novas instalações e também de um auditório, porque este já não corresponde àquilo que é a qualidade do trabalho feito, pois sempre que organizamos um espectáculo o auditório fica repleto”, explicou Jorge Zacarias.
O recado estava dado a Alberto Mesquita. O autarca abordou o tema no seu discurso, garantindo que já existem contactos para definir os novos caminhos que o CRSM merece. Algo que Jorge Zacarias corroborou: “Já têm existido conversas com a câmara. O que se sabe é que nos temos de reorganizar, até porque as nossas instalações já não têm capacidade para receber mais alunos”.
E são muitos os que se querem inscrever, apesar de existirem custos, alguns suportados pelo Estado. “Temos 120 alunos em regime articulado [recebem apoio para pagar a aulas] e quatro em regime de iniciação [que recebem 50 por cento do custo das aulas]”.
O espectáculo teve lugar no sábado (22 de Outubro) no auditório da Euterpe Alhandrense - a entidade que tutela o CRSM - e os 500 lugares estavam esgotados. Por isso, o chão também serviu de cadeira. Afinal, a arte não tem obstáculos. Entre pais e familiares, assistiram ao espectáculo - na primeira fila - a secretária de Estado Adjunta para a Educação, Alexandra Leitão, o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita, e a deputada Maria da Luz Rosinha, que há duas décadas deu luz verde para a abertura do Conservatório. “Fi-lo porque acreditei, e ainda bem”, disse a O MIRANTE, com um sorriso orgulhoso.
Piano e violino no topo das preferências
Cátia Ferrão e Luís Raimundo são professores e directores pedagógicos do CRSM. “Os instrumentos mais procurados pelos alunos são o piano, a guitarra e o violino”, explicou o professor ao nosso jornal. Na verdade, até chegarem à escola, existem muitos instrumentos que os alunos desconheciam, como é o caso do fagote, pelo qual se apaixonou imediatamente Beatriz Ferreira: “Assim que ouvi alguém tocar, quis logo aprender”, confessou.
A dança também atrai muitos jovens, principalmente as meninas, como é o caso de Matilde Caetano e Laura Mendes, que “praticam sempre que podem e são um exemplo de paixão e dedicação”, diz a professora. Já Matilde Moura não larga o seu violino apesar de também se ter inscrito em Dança. E, para a fotografia, avisou: “Por favor, escolha aquela em que estou a tocar na posição correcta, por causa do meu professor”.