Autarcas em guerra com Caixa Agrícola da Chamusca que quer fechar balcões
Presidente de Azinhaga cancela contas e o de Carregueira promove plenário com população. O presidente da Junta de Azinhaga está tão revoltado com a decisão da Caixa Agrícola da Chamusca de fechar a delegação na localidade que mandou cancelar as contas pessoais e da junta e aconselha a população a fazer o mesmo.
Os presidentes das Juntas de Freguesia de Azinhaga (Golegã) e Carregueira (Chamusca) estão a travar uma luta contra a Caixa Agrícola da Chamusca, que pretende fechar as suas delegações nestas localidades, por razões económicas e de redução de custos. O mais radical é o presidente da Azinhaga, Vítor Guia, que já mandou cancelar a sua conta bancária pessoal e a da autarquia e está a aconselhar a população a fazer o mesmo, como forma de protesto. O autarca da Carregueira, Joel Marques, que é também presidente da delegação distrital da Associação Nacional de Freguesias, não vai tão longe mas já marcou posição através de comunicado, mostrando-se indignado com a situação.
Vítor Guia diz não compreender esta decisão, atendendo a que, segundo os dados que possui, a delegação da Azinhaga ser uma das mais rentáveis. “É o único balcão bancário que temos e desta forma a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Chamusca de mútuo não tem nada, porque não se preocupa com as pessoas”, desabafa. O autarca diz que a caixa fez tudo pela calada e que os trabalhadores foram surpreendidos com uma carta recebida em casa a informar a extinção dos postos de trabalho. Joel Marques sublinha que na sua freguesia nem os associados da instituição bancária sabiam da situação.
O autarca da Carregueira refere, em declarações a O MIRANTE, que não vai ainda tomar uma posição radical como a do colega de Azinhaga, porque ainda acredita na boa-fé da caixa e da sua perspectiva mutualista. Joel Marques tem esperança ainda que a decisão de fecho dos balcões possa ser revertida. O presidente solicitou uma assembleia de freguesia, com carácter de urgência para “tomada de posição política mais robusta”, e marcou um plenário com a população, clientes e associados da instituição para dia 26 de Outubro, já depois do fecho desta edição.
“Sendo certo que vivemos num período de responsabilidades acrescidas para instituições e entidades no combate à desertificação e no que diz respeito à promoção da coesão territorial e social, este encerramento constitui um duro golpe às legítimas aspirações da freguesia em prestar e disponibilizar o maior número de serviços à sua população”, refere Joel Marques. Para o autarca “com o encerramento da Delegação na Carregueira são claramente contrariados os princípios históricos e os valores assumidos a 7 de Fevereiro de 1929 no acto da fundação da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Chamusca”.
O MIRANTE contactou a administração da caixa por e-mail mas até ao fecho desta edição não recebeu resposta.