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Diligente Manuel Serra d’Aire

Diligente Manuel Serra d’Aire

Ainda estou abespinhado com o comportamento do seleccionador de futebol do Irão, Carlos Queiroz, no jogo contra a selecção portuguesa. Está visto que trabalhar para os infiéis pode causar graves danos na etiqueta e nas boas maneiras. O meu pai sempre me disse para evitar as más companhias e foi pena não conhecer o Queiroz para lhe poder dar os mesmos conselhos. Razão tem o Trump, que sabe de que massa essa malta do Irão é feita. Um país com um nome que remete para o futuro do verbo ir é de desconfiar. Aliás, neste momento já não devia chamar-se Irão mas sim Já Foram!
Voltando atrás, ao nosso compatriota Queiroz, é óbvio que já se esqueceu do tempo em que andou pelo nosso futebol e da forma como cá se respeitam os adversários, seja na vitória seja na derrota. Cá não há treinadores a culpar os árbitros pela derrota ou a insultar adversários ou jogadores arruaceiros e que passam a vida a atirar-se para o chão e a chamar nomes aos árbitros. Basta pôr os olhos no nosso seleccionador Fernando Santos, católico fervoroso que bem merece o apelido que tem. Se há Santos populares, ele é um deles.
Não é por acaso que a nossa selecção tem atravessado tantos obstáculos com uma equipa que é o Ronaldo e mais dez. Nossa Senhora tem olhado por nós desde os tempos de Felipe Scolari, com um breve interregno precisamente quando Queiroz foi o seleccionador. E os milagres sucedem-se, mesmo com jogadores como o William, que está para a rapidez de processos como eu estou na escrita para o Hemingway.
Chegado aqui, deves estar a pensar: será que o maganão do Serafim ainda não descobriu que já fomos eliminados do Mundial pelo minúsculo Uruguai, uma antiga possessão portuguesa na América do Sul que tem uns míseros três milhões de habitantes? Claro que sei! E isso reforça a minha tese. Os milagres não podem estar sempre a acontecer, senão banalizam-se, entram no domínio da normalidade e deixam de ser milagres. Imagina que Nossa Senhora tinha aparecido em Fátima todas as semanas desde 1917. Provavelmente, já há muito tempo que ninguém lhe ligava nenhuma!
Por essa razão, o milagreiro Éder não foi convocado desta vez. Fernando Santos sabe bem que a probabilidade de um raio cair duas vezes no mesmo sítio é reduzidíssima, assim ao nível do talento de alguns jogadores desta selecção - alguns empresários mais engenhosos até conseguem vendê-los para o estrangeiro ao preço de cavalos puro-sangue mas, em boa parte dos casos, é de esforçadas e voluntariosas pilecas que estamos a falar…
E agora que estamos fora do Mundial vou transferir o meu apoio incondicional para a selecção do Brasil, por razões óbvias que se prendem não especificamente com o jogo da bola em si mas sim com as formas e com a forma como as suas apoiantes vibram.
Patriota Manel dediquei este escrito à bola porque nesta altura do campeonato escrever sobre qualquer outra coisa é pura perda de tempo. Talvez assim haja meia dúzia de pessoas que se dêem ao trabalho de ler as palermices aqui debitadas. Porque também nós temos de nos render à ditadura dos cliques e das audiências…
Um sonoro “tchau cara” do
Serafim das Neves

Diligente Manuel Serra d’Aire

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