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Deixou de haver crianças de Alcanena registadas nos locais das maternidades
Fernanda Asseiceira diz que criar condições para os jovens se fixarem é o maior desafio

Deixou de haver crianças de Alcanena registadas nos locais das maternidades

Projecto municipal “Bebé Feliz” revela que nascem tantos rapazes como raparigas. A presidente da Câmara de Alcanena, Fernanda Asseiceira, faz um balanço positivo do programa “Bebé Feliz” que dá cabaz no valor de quinhentos euros a cada recém-nascido. Deixou de haver crianças do concelho registadas nos locais das maternidades, sendo agora possível avaliar o índice de natalidade.

Que balanço pode fazer da iniciativa “Bebé Feliz” lançada pela Câmara de Alcanena em Janeiro de 2016?

A Câmara de Alcanena está muito entusiasmada com este projecto. É daqueles que sentimos que valeu a pena. E terá, certamente, continuidade. O “Bebé Feliz” é realmente um projecto feliz.

Um dos requisitos é que a criança filha de pais residentes em Alcanena, seja registada em Alcanena.

Esse requisito é muito importante porque antes havia muitas crianças que eram registadas na localidade onde se situava a maternidade onde nasciam, fosse em Santarém, Coimbra, Leiria, Lisboa. Agora nós temos, com rigor, o número de crianças de Alcanena. Este dado é muito importante para termos uma ideia exacta da taxa de natalidade no concelho.

Já houve algum caso em que o bebé não tenha sido registado em Alcanena?

Logo no início, quando o projecto avançou e a mensagem ainda não tinha passado bem, houve uma situação em que a criança foi registada no local da maternidade. Nessa altura abrimos uma excepção e atribuímos o cabaz “Bebé Feliz”.

Acha que esta iniciativa incentiva a natalidade?

Esta iniciativa apenas apoia a natalidade. A promoção da natalidade requer outras medidas, a maioria das quais têm que ser tomadas a nível nacional porque a baixa natalidade é um problema do país e não de alguns concelhos.

Quantos bebés foram registados em Alcanena desde o início do projecto?

Foram registados 204 (duzentos e quatro). Um dado curioso é que, no primeiro ano, em 2016, nasceram 42 meninos e 42 meninas. É algo que merece destaque. Eu costumo dizer, com graça, que é a igualdade de género levada ao limite. Neste ano, até à presente data, nasceram 44 bebés e temos uma situação idêntica: são 22 meninos e 22 meninas e nós não controlamos isso (riso).

Em determinada altura referiu que nas entregas dos cabazes nunca tinha havido um bebé a chorar. Continua a ser assim?

A situação mantém-se. Nunca houve uma entrega em que tenha havido bebés a chorar. É um facto que as mães têm algum cuidado porque eles vão para lá sem fome, por exemplo, e vão bem...mas não choram. E há outro dado curioso. Eu tenho a sensação, quando os encontro depois, que eles me reconhecem (riso).

Fixaram a quantia de quinhentos euros mas não entregam um cheque nesse valor aos pais. Porquê?

Eu sempre entendi que não devíamos entregar dinheiro. Queríamos ter a garantia que a oferta era mesmo destinada aos bebés e chegámos a esta fórmula. As famílias escolhem os bens que consideram ser de maior necessidade, em cada caso, para apoiar os primeiros tempos de vida e depois esses bens são adquiridos pela própria câmara.

No nosso concelho, temos a freguesia da Serra de Santo António e mais recentemente a freguesia de Monsanto que, após a iniciativa da câmara municipal, optaram pela oferta de um determinado valor como apoio à natalidade.

Nunca tiveram famílias que, ou por desconhecimento ou por opção, não se tenham inscrito?

Nós temos a preocupação de divulgar permanentemente a iniciativa mas já houve pelo menos duas situações em que as pessoas não se inscreveram antes do bebé nascer e vieram inscrever-se a seguir. Não houve problema porque não excluímos.

Que medidas podem incentivar os casais a terem filhos?

Alcanena é um concelho idêntico a tantos outros e também tem dificuldade em integrar jovens que terminam os seus estudos de nível superior. O concelho não tem capacidade de integrar todos os jovens que se formam ao nível do ensino superior nas mais diversas áreas. Não tem o concelho de Alcanena e não tem a região e muitos jovens acabam por ficar onde tiram o seu curso ou onde encontram trabalho compatível com as suas qualificações. São poucos os que regressam. Esse é o maior desafio que a região tem a vencer. Criar condições para fixar esses jovens e para eles formarem família. Para ultrapassar a questão da baixa natalidade é fundamental a estabilidade profissional dos jovens.

Câmara de Alcanena entregou mais oito cabazes “Bebé Feliz”

A presidente da Câmara Municipal de Alcanena, Fernanda Asseiceira, acompanhada pelos vereadores Maria João Gomez, Luís Pires e Hugo Santarém, entregou mais oito cabazes “Bebé Feliz”, no valor de 500 euros, a seis meninas e dois meninos, naquela que foi a quarta entrega do ano de 2018 às famílias de recém-nascidos do concelho.
O Cabaz “Bebé Feliz” destina-se a todos os recém-nascidos do concelho de Alcanena, cujos agregados familiares residam no concelho e cuja data de nascimento ocorra a partir de 1 de Janeiro de 2016, sendo constituído por roupa, calçado, brinquedos, artigos básicos de higiene e vacinas, podendo, quando necessário, ser também composto por equipamentos para a criança, no valor aproximado, por cabaz, de 500 euros.

Deixou de haver crianças de Alcanena registadas nos locais das maternidades

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