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Trabalhar em Inglaterra com saudades do sol, da comida e da família
Marisa cresceu e estudou em Vila Franca de Xira

Trabalhar em Inglaterra com saudades do sol, da comida e da família

Marisa Henriques cresceu e estudou no concelho de Vila Franca de Xira mas há já alguns anos que é uma ribatejana no mundo. Esteve emigrada em Angola e actualmente trabalha numa cidade do interior de Inglaterra. Falta-lhe o clima ameno mas não sente saudades da burocracia e da desorganização nacionais.

Como a maioria dos portugueses emigrados em países frios, Marisa Henriques, 43 anos, sente falta do sol em Inglaterra. Habituada ao clima ameno da zona de Vila Franca de Xira, onde cresceu e estudou, os invernos longos e os cinzentos dias britânicos fazem-na valorizar o clima português. As saudades da família são uma constante mas a comida e a espontaneidade lusitanas também lhe fazem falta. Já a burocracia e a desorganização nacionais não lhe deixam grandes recordações.
Foi em 2016, depois de já estar emigrada há dois anos em Angola e a gerir um resort turístico com o marido, que Marisa decidiu ir visitar uma amiga que estava a viver em Inglaterra. Sozinha num país estrangeiro, porque o marido ainda ficou em Angola, durante os quatro dias da visita à amiga, Marisa auscultou as possibilidades de se mudar para o novo país. Tirou as dúvidas que tinha sobre as condições de vida e a oferta de emprego, foi a uma agência de emprego e fez testes. Ali apresentaram-lhe a possibilidade de trabalhar numa empresa como administrativa e decidiu em dois tempos aproveitar aquela oportunidade de viver em Inglaterra. Informou a família e foi em frente com sua decisão.
Em Portugal já exercia a mesma profissão e esteve no grupo Jerónimo Martins durante doze anos. Em Lincoln faz o mesmo trabalho para uma empresa de venda a retalho das lojas Curry’s e Pc World. Trabalha quatro dias e folga outros quatro, o que lhe dá mais tempo livre para ir às aulas de ioga e ao ginásio, actividades que lhe dão prazer e que, em Portugal, não era possível realizar por falta de tempo.
Quando foi para Inglaterra, as filhas, que hoje têm 17 e 14 anos, estavam a estudar em Vila Franca de Xira e a viver com os avós. Só quando o ano lectivo terminou se juntaram aos pais (o marido só partiu de Angola um mês depois de Marisa chegar a Inglaterra, em Março de 2016).
As maiores dificuldades com que se deparou, nos primeiros meses no país de Sua Majestade, foram para arranjar casa, por não poder dar referências ao senhorio, e as saudades das filhas. Quando estas se lhe juntaram, Marisa sentiu-se até um pouco culpada por ter de as retirar do ambiente a que estavam habituadas. Mas hoje afirma: “Agora vejo que foi a melhor opção. As miúdas adoram e não querem voltar”.
Entretanto o marido montou uma empresa de restauração de casas, canalização e sistemas de aquecimento, com um sócio português que está no país há quinze anos e, até hoje, mantém o negócio por conta própria. Marisa, que já falava bem inglês, adaptou-se bem ao novo emprego, no qual continua há já dois anos.
A família arranjou uma casa com boas condições: numa boa localização, com quatro quartos e garagem. Mantém a casa no Carregado que está alugada até, e se, decidirem voltar a viver em Portugal. Mas ainda não sabe se será esse o futuro que a espera, já que as filhas pretendem fazer a formação superior em Inglaterra. Os pais continuam a viver em Castanheira do Ribatejo, mas Marisa diz que a curto prazo não pensa voltar.
Marisa gosta da cidade onde vive: “É uma cidade do interior, muito organizada, limpa e bonita. O povo é educado. Há muito emprego e encontram-se pessoas de várias nacionalidades entre os estudantes da universidade de Lincoln e os trabalhadores da indústria local”, conta.

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