Investigação diz que professora de Abrantes matou o marido com violência
Ministério Público acusa Margarida Rolo de homicídio qualificado seis meses após o crime. Ao fim de seis meses de investigação, o Ministério Público deduziu acusação contra a professora de 43 anos, de Abrantes, imputando-lhe o crime de homicídio qualificado, punido com uma pena superior a doze anos de prisão. Acusação classifica de violenta a actuação da homicida confessa, ao ter usado um martelo e uma faca para tirar a vida a José Duarte.
A professora de Abrantes que matou o marido, com a mesma profissão, em casa, na zona de Chainça, periferia da cidade, em Agosto último, foi agora acusada pelo Ministério Público do crime de homicídio qualificado. Como o crime foi cometido de forma violenta, Margarida Rolo, 43 anos, incorre numa condenação nunca inferior a 12 anos de cadeia e que pode chegar à pena máxima em Portugal de 25 anos de prisão.
A Procuradoria da Comarca de Santarém informa que a acusação releva o facto da professora, actualmente em prisão preventiva, ter tido uma actuação violenta, ao utilizar um martelo e uma faca para tirar a vida a José Duarte, de 51 anos. A vítima era professor de matemática na Escola Dr. Manuel Fernandes, na cidade. O Ministério Público garante também que está a acompanhar “as providências judiciárias, em curso no Juízo de Família e Menores de Abrantes, relativamente aos dois filhos menores do casal”.
Recorde-se que Margarida Rolo, que primeiro inventou uma história de uma assalto à habitação do casal, para justificar a morte, foi detida pela Polícia Judiciária a 17 de Agosto, um dia depois do homicídio. Na altura uma vizinha contou a O MIRANTE que quando chegou ao local depois de ouvir gritos de socorro, encontrou José Duarte prostrado, num alpendre junto à piscina, a esvair-se em sangue, com ferimentos visíveis na cabeça e com uma faca espetada numa perna.
Uma conhecida do casal, Vera Marques, referiu que a professora contou que “tinham sido assaltados por três ladrões, encapuzados que tinham fugido saltando o muro das traseiras da casa”. Mas Margarida Rolo acabou por confessar o crime, horas mais tarde, quando foi confrontada com os indícios recolhidos pelos inspectores da Polícia Judiciária de Leiria. No julgamento, que vai decorrer em data a marcar no Tribunal de Santarém, uma das coisas que se vai tentar apurar é se o crime foi premeditado, condição que terá influência na decisão sobre a pena a aplicar.
Alguns vizinhos ouvidos por O MIRANTE
logo após o crime, disseram ter ouvido os professores a gritarem um com o outro, na parte exterior da casa, junto à piscina. A homicida confessa, antes de matar o marido, pediu a uma vizinha para ficar com os filhos menores, com o pretexto de ir vestir-se pois estava em biquíni. Apesar da discussão nenhuma das pessoas ouvidas por O MIRANTE alertou a GNR. Foi a própria vítima que ainda teve forças para ligar para o número de emergência 112 a pedir socorro. Mas José Duarte acabaria por morrer no local antes da chegada dos bombeiros, que demoraram cerca de 45 minutos a chegar, segundo relataram os vizinhos.