Cultura | 16-05-2021 18:00

Quando a Ascensão era o dia de conviver mais de perto com as raparigas

Quando a Ascensão era o dia de conviver mais de perto com as raparigas
ESTAMOS EM ASCENSÃO
Ricardo Casebre (foto DR)

Ricardo Casebre - Presidente da Associação FIFCA de Almeirim.

O presidente da Associação FIFCA, que organiza o Festival Internacional Folclore Cultura e Artes de Almeirim, já se sente em ascensão com o aliviar das medidas de confinamento e com o aumento do número de pessoas vacinadas contra a Covid-19.

Ricardo Casebre ainda não está completamente descansado porque ainda há alguns meses de caminhada e teme que o próximo Inverno possa ser o barómetro da pandemia, mas pelo menos este ano vai poder comemorar a Quinta-Feira de Ascensão, feriado municipal em Almeirim, que inclui a tradicional apanha da espiga, um ritual para pedir protecção e boas colheitas.

Ricardo Casebre conhece a tradição pagã, rural, mas sabe muito bem, pela sua educação católica, que religiosamente a Ascensão assinala a subida de Cristo ao céu, 40 dias após ter ressuscitado.

Com 48 anos, o dirigente associativo e que profissionalmente está no Serviço Municipal de Protecção Civil, lembra-se como vivia a data quando era jovem. Nessa altura, nos meios mais pequenos, como Benfica do Ribatejo, de onde é natural e onde sempre viveu, este dia era uma oportunidade ideal para conviver mais de perto com as raparigas, que nas outras alturas do ano estavam mais debaixo dos olhares dos pais.

Com a pandemia, Ricardo teve de continuar a trabalhar e tem estado ultimamente no centro de vacinação de Almeirim. Quem ficou de quarentena em casa ou em teletrabalho terá tido a oportunidade, na convicção do dirigente associativo, de estreitar a relação familiar, mas a pandemia também veio trazer algumas fragilidades e fez acentuar alguma intolerância.

Volta à baila a exaltação do mundo rural, também materializado com a festa da Ascensão, com Ricardo Casebre a dizer que apesar de gostar das cidades é no campo que se sente bem a viver. Saiu de um apartamento para a casa térrea dos avós paternos, que tem vindo a recuperar.

Noutros anos tem levado os filhos a apanhar a espiga fazendo desse acto um momento de convívio familiar e uma forma de manter a tradição. Este ano, com o aliviar das restrições, pretende voltar a fazer o mesmo, já que no ano passado não foi possível.

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