A infância de Telmo Miranda foi passada na Ribeira Branca, concelho de Torres Novas, mas cedo foi estudar música para Lisboa. As tradições da Quinta-Feira de Ascensão nunca foram muito cultivadas porque não era feriado na capital, o que o impossibilitava de viver este dia. No entanto, o músico é um defensor das tradições e da cultura.

Telmo Miranda lançou o seu mais recente álbum cerca de um mês antes do país entrar em confinamento devido à pandemia de Covid-19. “Nunca esperei que o confinamento fosse tão longo e houve um egoísmo do ser humano que levou a que voltássemos a confinar, o que prejudicou toda a economia do país sobretudo a área da cultura”, afirma.

Admite que o último ano foi difícil sobretudo porque estava habituado a estar constantemente em palco a fazer o que mais gosta que é cantar. Diz que, em termos financeiros, a sua situação não foi mais complicada porque continuou a desenvolver o seu negócio no ramo imobiliário e também a sua loja de informática, em Torres Novas. A sua empresa beneficiou dos apoios a fundo perdido do Estado, o que ajudou a manter os postos de trabalho e pagar as despesas.

Telmo Miranda critica o Ministério da Cultura por não ter apoiado todas as pessoas ligadas ao ramo da cultura que diz ter sido o mais afectado pela pandemia. “São a cultura e as tradições que fazem um povo. Todos temos uma música ou filme inesquecível. A cultura é preponderante para o bem-estar de cada pessoa e continua a ser o parente pobre, esquecida pelos nossos governantes”, lamenta.

O cantor defende o trabalho desenvolvido pelo Serviço Nacional de Saúde e que a pandemia serviu para chamar a atenção das pessoas para que se dê mais valor ao sistema de saúde nacional que não quebrou durante o último ano. Amante da cidade Telmo Miranda confessa-se cada vez mais adepto do campo e as viagens entre Torres Novas e Lisboa são frequentes mas é na capital que existe maior oferta de serviços e onde se encontram mais espectáculos e eventos culturais.