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Vilafranquense vai pagar 70 mil euros para jogar em Rio Maior
Campo do Cevadeiro não tem condições para receber jogos da II Liga

Vilafranquense vai pagar 70 mil euros para jogar em Rio Maior

Sociedade Anónima Desportiva não acautelou uma possível subida de divisão e tem andado nas últimas semanas num corrupio, primeiro para encontrar uma casa para a equipa jogar na II Liga e agora para arranjar meios para suportar financeiramente a próxima época. Adeptos não se conformam com a distância e o município desmarca-se das decisões tomadas pela SAD.

A União Desportiva Vilafranquense (UDV) vai ter de andar de casa às costas para poder disputar os seus encontros na II Liga de futebol profissional. A situação não agrada a jogadores, adeptos nem à SAD (Sociedade Anónima Desportiva), liderada por Luiz Andrade, que vai ter de desembolsar 70 mil euros para poder jogar a próxima época no Estádio de Rio Maior.
O empresário brasileiro, de 49 anos, admite a O MIRANTE que ainda não sabe como vão conseguir suportar todos os custos que o futebol profissional implica e admite que não estavam preparados para subir de divisão. “Tínhamos vontade em conseguir esta conquista, mas claro que não pensámos em fazer obras ou estádios”, afirma o dirigente, apontando que entre os candidatos à subida, a UDV era a que tinha o orçamento mais baixo, apresentando já no início da época dificuldades financeiras.
No primeiro trimestre do ano, a SAD devia cerca de 100 mil euros a jogadores e funcionários e só depois de ameaças de greve do plantel houve compromisso de pagamento. Neste momento, segundo o dirigente, os jogadores estão “a receber com 14 dias de atraso” e aos funcionários falta pagar o salário de Maio e Junho. “Mas vão receber porque trabalham e merecem receber”, garantiu Luiz Andrade.
Por outro lado, prémios monetários aos jogadores pela subida de divisão não são nem podem ser prioridade para a SAD, acautelou. “Claro que gostava de lhes poder dar esse prémio, mas agora a estratégia passa por inscrever a equipa para poder jogar e isso está a sair caro. Mas estamos a pagar tudo. Não devemos um cêntimo à Segurança Social, Finanças ou Federação”, afirmou.
Luiz Andrade reiterou que a Liga “exige demasiado” aos clubes pequenos, mas, face à situação, “não havia outra alternativa senão aceitar as condições”, caso contrário, a equipa desceria de divisão. De acordo com a SAD, para que o Vilafranquense pudesse jogar no Campo do Cevadeiro teria de existir já uma data limite para a conclusão das obras no campo, e teria de ser antes do final do ano. “Assim, torna-se difícil ser-se profissional, com um sistema que não funciona e prejudica aqueles que lutaram e mereceram a subida”, argumentou.
Antes de surgir em cima da mesa o campo de Rio Maior, a SAD chegou a apresentar à Liga outras alternativas, como o Cartaxo, Jamor e Massamá, mas “não seriam viáveis para fazer face às necessidades, em dias de jogos, treinos diários e estágios indispensáveis”, explicou a SAD em comunicado. A
O MIRANTE, Luiz Andrade diz que o Estádio de Alverca esteve entre as hipóteses sugeridas mas foi rejeitado pela Liga. “Não tem nada a ver com rivalidades. Elas não existem neste momento”, assegurou.

Câmara de Vila Franca demarca-se das decisões da SAD
Depois de sentir a revolta dos sócios, adeptos e simpatizantes do Vilafranquense, a SAD veio em comunicado justificar-se pela decisão de jogar a próxima temporada no Complexo Desportivo de Rio Maior. No documento, tornado público a 25 de Junho, a SAD mete ao barulho o nome da Câmara de Vila Franca de Xira, que vem, por sua vez, demarcar-se das decisões tomadas.
“O teor do referido comunicado apenas vincula a SAD daquele clube”, refere a autarquia, a propósito da informação divulgada por aquele organismo, e demarcando-se “das declarações ali proferidas, que não foram previamente concertadas com a câmara municipal antes da sua divulgação”.
Alberto Mesquita, presidente do município, já se tinha demonstrado disponível, aquando da recepção do clube nos Paços do Concelho, a 24 de Junho, para encontrar soluções e trazer a equipa de volta a casa. No entanto, esclarece a autarquia, “não é possível corresponder em curto prazo”, às exigências feitas pela Liga, por se tratar de uma “intervenção profunda que genericamente implicará transformar um campo num estádio de futebol”.
O município questionou ainda a Liga sobre a possibilidade de as obras serem faseadas, mas esta não aceitou, obrigando ao cumprimento dos “procedimentos legais associados a qualquer projecto ou empreitada que possa ali vir a ocorrer”.

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