Autarquia diz que compra o Cine-Teatro de Abrantes mas a um preço que seja justo
Sociedade detentora do imóvel e município negoceiam no sentido de reactivar a principal sala de espectáculos da cidade, encerrada há ano e meio. Presidente do município diz que Abrantes precisa de um espaço de promoção cultural e aceita negociar o edifício de os valores forem os do bom senso.
O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Valamatos (PS), reuniu recentemente com os responsáveis da Iniciativas de Abrantes e explicou em sessão camarária que existe vontade de ambas as partes para negociar e resolver o imbróglio do Cine-Teatro de Abrantes. Um espaço propriedade da sociedade que está fechado há ano e meio, depois de o município ter deixado de o explorar.
“Estamos todos muito empenhados em resolver o assunto. Se for de forma equilibrada e com bom senso vamos conseguir voltar a dar vida ao cine-teatro. Abrantes precisa de ter um espaço de promoção de cultura, do que se passa na cidade”, referiu o autarca, acrescentando que é preciso um investimento financeiro muito significativo para recuperar o edifício.
O vereador Rui Santos (PSD) continua a defender que, caso não se chegue a acordo com a sociedade detentora do cine-teatro, o município deve avançar com um processo de expropriação. Rui Santos recordou as palavras recentes de Valamatos, em que este disse que Abrantes tem salas para dar resposta às actividades culturais. “Temos que ter mais do que isso. Temos que ser ambiciosos e ter uma sala digna. Chame-lhe centro cultural, chame-lhe o que quiser”, reforçou.
O presidente da Câmara de Abrantes garantiu que se não houver entendimento com a Iniciativas de Abrantes vão avançar com um novo projecto. “Alinhamos estratégias e aguardamos agora a resposta por parte da sociedade proprietária do edifício. O Cine-Teatro São Pedro, neste momento, não reúne condições para receber qualquer espectáculo e é preciso um investimento financeiro muito significativo”, referiu Manuel Valamatos.
O cine-teatro São Pedro encerrou no dia 30 de Janeiro de 2018, altura em que a Iniciativas de Abrantes decidiu assumir a gestão do imóvel, quase duas décadas após a cedência do edifício à Câmara de Abrantes, que tinha a gestão estabelecida através de contrato de comodato. O contrato foi estabelecido por um período de 19 anos, com gestão municipal que assegurou a reabilitação do teatro, que estava em estado de ruína.
As negociações entre os proprietários do imóvel e o município continuam e ambos têm vontade de chegar a acordo. O problema está ao nível dos valores, sendo que a câmara acha o preço pedido muito elevado. Em Maio deste ano, José Alberty, representante da Iniciativas de Abrantes, disse a
O MIRANTE que tinha apresentado ao município uma proposta de 800 mil euros para vender o imóvel ao município, um valor abaixo da avaliação feita pela autarquia em 2017. A Câmara de Abrantes, quando ainda era presidida por Maria do Céu Albuquerque, propôs a aquisição do imóvel por 267 mil euros, valor que não foi aceite pela sociedade proprietária do espaço. O imóvel foi avaliado pelo município em 844 mil euros, em Setembro de 2017.