O MIRANTE | 16-11-2018 10:00

“A nossa terra é aquela a que nos ligamos afectivamente”

“A nossa terra é aquela a que nos ligamos afectivamente”
31º ANIVERSÁRIO DE O MIRANTE
Hélder Esménio Presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos

Hélder Esménio - Presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos

A nossa terra é a terra onde nascemos ou pode ser uma outra terra a que nos ligam laços afectivos ou outros. Qual é para si a sua terra? O que o liga a ela?

A nossa terra é aquela a que nos ligamos afectivamente. Em regra é o local onde vivemos de modo permanente. No meu caso é Salvaterra de Magos e trata-se de uma relação já com 36 anos. Foi em Salvaterra de Magos que nasceram dois dos meus filhos e o mais velho tinha meses quando escolhemos viver aqui.

Como descreveria a sua terra a alguém que não a conheça?

É um local aprazível, perto dos grandes centros urbanos, mas prudentemente distante deles para não sofrer os impactos negativos em particular da Área Metropolitana de Lisboa. É um concelho que vai da Lezíria à Charneca cuja fronteira poente é o Rio Tejo, que vive e respira Ribatejo e que tem um relevante património cultural, com particular ênfase para o facto de ser a Capital Nacional da Falcoaria.

Quais as pessoas mais importantes durante a sua infância?

Os meus pais e irmãos, pelo que aprendi e pelos laços que estabeleci com eles e os meus amigos com os quais fundei uma associação desportiva que enquadrava as nossas brincadeiras e motivava o nosso espírito empreendedor e de trabalho em equipa.

Quais os principais valores que lhe foram transmitidos e que ainda hoje perduram?

Os valores da honestidade, da correcção e do respeito pelos outros, do trabalho, da frontalidade, da coragem física e o de tentar nunca perder a lucidez, qualquer que seja o ruído.

Ainda conserva amigos de infância? São os seus melhores amigos ou as voltas da vida levaram-no a ter outros bons amigos?

Mantenho pouco contacto com os meus amigos de infância, o que de algum modo é compensado com os amigos que fiz na minha passagem pelo ensino superior e no concelho de Salvaterra de Magos.

Qual foi a fase da vida que achou mais interessante viver até hoje?

Todas as fases da vida nos deixam memórias agradáveis. Talvez o período em que estudei em Coimbra (a partir dos 18 anos) seja o mais marcante desses momentos. Sair de casa para estudar, fazer amigos, conhecer novos locais, crescer e ainda o trabalho militante numa associação de estudantes são algumas das razões.

Quando passeia na terra onde vive o que mais lhe agrada?

Destacaria o equilíbrio entre a qualidade de vida e a tranquilidade, a proximidade ao rio, o pôr-do-sol e os laços de amizade que uma comunidade com a nossa dimensão possibilita e até promove.

A sua terra tem perdido ou ganho população?

Nos últimos 40 anos a população do concelho terá aumentado cerca de 30%, em grande medida pela proximidade a Lisboa e a Santarém e por ser aprazível viver no nosso concelho.

Há algumas coisas que lhe desagradem?

Desagrada-me a dificuldade financeira que o município tem em responder a necessidades básicas de alguma da sua população – como seja o saneamento básico e a rede viária pavimentada, a que não é estranho o facto de termos dos orçamentos municipais mais baixos da região e por tradições históricas se ter permitido um povoamento muito disperso no território municipal, com custos de infra-estruturação que ainda estamos longe de poder assumir na totalidade.

Quem pode resolver o problema?

A indisponibilidade dos sucessivos Governos e da ANMP para avaliarem a aplicação no terreno das Finanças Locais, 40 anos volvidos sobre a data da sua publicação não permite encarar de frente a justeza dos parâmetros que asseguram a distribuição das verbas do O.E. pelas diversas autarquias, nem sequer estudar a adopção de um factor correctivo que pusesse termo a um desenvolvimento do país e intra-regional assimétrico, potenciado pela ineficácia da Lei das Finanças Locais e pela aplicação de fundos europeus que, ao invés de assegurarem a coesão territorial, cavam ainda mais as diferenças, como é o caso recente dos PEDU’s e dos PARU’s, que discriminaram metade dos municípios portugueses em relação aos restantes.

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