O MIRANTE | 16-11-2018 09:00

“Interioridade não é sinónimo de inferioridade”

“Interioridade não é sinónimo de inferioridade”
31º ANIVERSÁRIO DE O MIRANTE
Miguel Borges Presidente da Câmara Municipal do Sardoal

Miguel Borges - Presidente da Câmara Municipal do Sardoal

A nossa terra é a terra onde nascemos ou pode ser uma outra terra a que nos ligam laços afectivos ou outros. Qual é para si a sua terra? O que o liga a ela?

Neste aspecto sinto-me privilegiado. Sou natural de Abrantes, cidade de que gosto muito e à qual estou ligado por fortes afectos e vivo e trabalho em Sardoal, vila que adoro. Por isso, tenho a melhor cidade do mundo e a melhor vila do mundo. Dos meus quatro filhos, dois são naturais de Abrantes e dois naturais de Sardoal.

Como descreveria a sua terra a alguém que não a conheça?

Abrantes é uma cidade muito bonita, no centro do país, onde tudo pode acontecer.

Sardoal é beleza, património, cultura, natureza, qualidade de vida. É uma vila onde tudo acontece.

Quais as pessoas mais importantes durante a sua infância?

Sem dúvida alguma o meu avô paterno. Alguém que sempre me guiou, uma referência de carácter que terei sempre ao longo da minha vida.

Quais os principais valores que lhe foram transmitidos e que ainda hoje perduram?

Justiça, firmeza de carácter, perseverança.

Ainda conserva amigos de infância? São os seus melhores amigos ou as voltas da vida levaram-no a ter outros bons amigos?

Tenho muitos amigos de infância. Vemo-nos raramente mas quando isso acontece sentimos que a amizade é permanente. Ao longo da vida também vamos construindo boas amizades. Atenção que, para mim, a palavra amizade é muito forte e só a utilizo quando os amigos o são mesmo. Acho horrível quando se utiliza o termo “amigo pessoal” não conheço outro tipo de amizade que não a pessoal e só a pessoal!

Qual foi a fase da vida que achou mais interessante viver até hoje?

Todas as fases tiveram e têm o seu interesse. São peças fundamentais de um percurso que se vai construindo.

Quando passeia na terra onde vive o que mais lhe agrada?

As pessoas são a nossa maior riqueza. É muito agradável poder passear numa terra onde todos se cumprimentam, onde toda a gente fala. Perguntem a quem vem de fora, pois esta é uma das melhores características dos sardoalenses.

A sua terra tem perdido? Qual o motivo?

Estamos num país cada vez mais inclinado para o litoral. Todo o interior tem perdido população. As políticas até agora implementadas para invertermos esta situação não nos têm levado a lado nenhum e, pior ainda, insistimos nelas. Precisamos de repensar o interior como um território positivo e não insistirmos em o “vender” como um território deprimido.

Há alguma ou algumas coisas que lhe desagradem?

No seguimento da resposta anterior, ninguém “compra” um território deprimido, então temos de mudar o discurso. Tenho afirmado com muita força que Interioridade não é sinónimo de inferioridade. Há que lutar para que assim seja.

Como é que isso pode ser feito?

A nossa forma de vermos o nosso interior tem de ser alterada. O nosso interior é tão bom, tão bom, tão bom que até fica perto do mar. Sardoal tem um aeroporto à mesma distância (tempo) do Aeroporto Charles de Gaulle ao centro de Paris, à mesma distância (tempo) do Aeroporto de Lisboa a Cascais, temos equipamentos sociais ao nível dos grandes centros, mas, temos algo que não existe nos grandes centros e que é um bem precioso – temos tempo para usufruirmos de tudo isto. Temos qualidade de vida. É por aqui que temos de começar a “vender” o nosso interior.

Todos os anos as câmaras municipais fixam (dentro de limites mínimos e máximos impostos por lei), impostos como o IMI, Derrama sobre rendimentos das empresas, Taxa de participação variável do IRS...costuma dar atenção a isso? E tem havido razoabilidade no seu concelho?

Sem dúvida alguma. As taxas são fixadas de acordo com as possibilidades da nossa população e as necessidades do município.

A sua terra é segura? Quem tem filhos menores pode deixá-los sair à noite sem ficar preocupado?

Nenhum pai consciente deixa sair os filhos à noite sem ficar preocupado, mesmo no Sardoal!

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