“Devemos ser justos nas nossas decisões independentemente do cargo que desempenhamos”

Anabela Freitas - Presidente da câmara municipal de Tomar
Qual foi a fase da vida que achou mais interessante viver até hoje?
Todas as fases. Cada fase da vida tem coisas positivas e coisas menos positivas, mas todas têm um encanto especial. Desde a infância e juventude que é uma fase mais “despreocupada” até à actual fase em que se tem mais responsabilidade. O importante é focalizarmo-nos sempre na parte positiva das coisas.
Quais as pessoas mais importantes durante a sua infância?
As pessoas obviamente mais importantes foram os meus pais e a minha irmã que me educaram em matéria de valores, respeito pelo próximo, tolerância e acima de tudo justiça. Devemos ser justos nas nossas decisões, independentemente do cargo que desempenhamos a cada momento. Não posso deixar de referir também a minha professora primária. O professor ou professora primários são sempre pessoas marcantes na nossa vida, quando deixamos o seio familiar.
Quais os principais valores que lhe foram transmitidos e que ainda hoje perduram?
Os principais valores foram o respeito pelo próximo, a tolerância e, como já disse, a justiça. Todos os dias, em todas as decisões estes valores estão presentes.
Ainda conserva amigos de infância? São os seus melhores amigos ou as voltas da vida levaram-na a ter outros bons amigos?
Ainda tenho amigos de infância apesar de ao longo da vida ter criado outros bons amigos. Algumas das minhas amigas de infância e juventude são as minhas melhores amigas às quais acrescentei outras. O curioso é que não é preciso estarmos no mesmo espaço físico para saber que podemos contar com elas. O conforto é saber que, se for preciso, dizem presente!
A nossa terra é a terra onde nascemos ou pode ser uma outra terra a que nos ligam laços afectivos ou outros. Qual é para si a sua terra? O que a liga a ela?
Apesar de ter trabalhado noutras terras, a minha terra é e será sempre Tomar. Foi onde nasci, cresci, vivi e vivo e tenho portanto uma ligação afectiva muito grande com Tomar.
Como descreveria a sua terra a alguém que não a conheça?
Tomar é uma terra onde podemos passear pela história secular do nosso país, com muito património não só histórico mas também contemporâneo, com um rio que divide a cidade, uma terra com dimensão humana onde nos tratamos pelo nome, uma terra onde temos qualidade de vida.
Quando passeia na terra onde vive o que mais lhe agrada?
A qualidade de vida que no fundo encerra todos os factores mencionados, o poder passear em locais com história, o poder ir a todo o lado sem o stress de filas de automóveis, o poder passar devagar pelas coisas.
A sua terra tem perdido ou ganho população? Qual a sua explicação para isso acontecer?
Tal como muitas terras do nosso país, sobretudo do interior, temos perdido população. Os jovens saem do concelho para estudar e como no litoral existem mais oportunidades de emprego é natural que se fixem no litoral.
Há algumas coisas que lhe desagradem?
Existem algumas coisas que me desagradam profundamente. Desde logo a falta de tolerância e educação de algumas pessoas, esquecendo que o espaço publico é de todos, tendo todos o dever de cidadania de cuidar daquilo que é de todos
Acha que poderiam ser alteradas?
Podem ser alteradas, mas só com mudanças de mentalidades, o que demora gerações.
Como é que tem sido decidida a aplicação dos impostos municipais em Tomar?
Entendo que no concelho de Tomar tem existido razoabilidade na fixação das taxas. No caso do IMI estamos com uma taxa intermédia e com factores de diferenciação positiva para famílias com dependentes. Na Derrama a proposta para o próximo ano, concede pela primeira vez uma isenção para empresas novas que tenham sido criadas no concelho e que tenham criado postos de trabalho, precisamente como tentativa de atrair e fixar população. No IRS mantemos há vários anos a taxa de participação de 5%.
A sua terra é segura? Se tiver filhos menores deixa-os sair à noite sem ficar preocupada?
Considero Tomar uma cidade segura e deixo sair o meu filho à noite com os amigos.