O MIRANTE | 16-11-2018 11:00

“Há pouca capacidade de serem assumidos desafios que marquem gerações”

“Há pouca capacidade de serem assumidos desafios que marquem gerações”
31º ANIVERSÁRIO DE O MIRANTE
António Campos Presidente da Comissão Executiva da NERSANT

António Campos - Presidente da Comissão Executiva da NERSANT

Há três fases da minha vida que me marcaram muito. O nascimento dos meus filhos e a vivência que tenho com eles; a minha actividade profissional, nomeadamente a altura em que ocupei o cargo de director da Segurança Social, altura em que pude sentir-me de uma enorme utilidade pelas decisões que tomava em prol dos mais desfavorecidos e carenciados da nossa sociedade e a minha actividade política, porque me permitiu transmitir aquilo que eu idealizo, numa sociedade realmente livre e justa.

Fui educado num ambiente católico. Os principais valores que me foram transmitidos e que tento manter foram o respeito pelos outros, o procurar fazer sempre melhor não tendo medo de errar pois o caminho faz-se caminhando.
As pessoas que mais me influenciaram na infância foram os meus pais e os meus amigos. É nessa fase da vida que ganhamos os nossos referenciais de sociedade e de princípios, expectativas de vida e a ambição de contribuir para a criação de um mundo melhor.

A nossa terra é aquela onde, efectivamente, vivemos a maior parte da nossa vida e da qual temos as maiores recordações: familiares, pessoais, profissionais, independentemente do local em que nascemos. O sítio onde vivemos a nossa infância é marcante, pois talha-nos muito a nossa forma de ser e ver o mundo. No meu caso, apesar de não ter nascido em Santarém, esta é a minha terra. Estou cá, já vão 37 anos, e aqui está a minha pegada: estudei, casei, nasceram os meus filhos e desenvolvo a minha actividade profissional. Também aqui está a maioria dos meus amigos. Para quem não conhece Santarém direi que é uma terra tranquila, segura e no meio de tudo.

Como ponto negativo está o facto de Santarém não ter sido capaz de acompanhar a modernidade e o desenvolvimento que outras capitais de distrito têm sido capazes de trilhar nos últimos 40 anos. A Santarém falta atractividade, com tudo o que isso possa significar, apesar da sua centralidade e da proximidade à capital do nosso país.

Não conservo amigos de infância pois o mundo deu muitas voltas e a mudança de Moçambique para Portugal fez com que cada um tivesse ido para lugares distintos. Mas tenho amigos de décadas que são muitos, bons e grandes amigos.
Tem faltado visão estratégica e planeamento e há pouca capacidade de serem assumidos desafios que marcam gerações. Acho que tudo radica numa grande falta de ambição dos organismos públicos e privados que têm a responsabilidade de nos conduzir para a modernidade. As sociedades isoladas e entregues a si próprias não são capazes de se auto regenerar.

Acompanho os esforços que muitos municípios fazem para diminuir a carga de impostos para as famílias e empresas, mas penso que estas situações só têm efeitos positivos se houver uma estratégia efectiva e consequente que vá ao encontro da modernização e captação de investimento e que permita melhorar as condições de vida das populações.

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